quarta-feira, 24 de novembro de 2010

dedos sem aneis

Decidi parar de usar o meu anel preto!  O anel que sempre quiz usar por que achava bonitinho! Depois de passar vários meses querendo tal anel, em uma tarde de segunda-feira, a segunda-feira da semana da minha colação de grau, comprei o anel tão desejado! Depois da colação eu costumava dizer que aquele era meu verdadeiro anel de formatura, e assim realmente foi por um bom tempo. Até que ela retirou o anel da minha mão esquerda, me deu um beijo e me disse que existia um vaso sanguineo que levava o sangue do dedo anelar da mão esquerda ao coração, e que portanto, os aneis deviam ser usados naquela mão! Mas só os aneis que simbolizavam algum sentimento! 

E depois daquela noite o anel passou a ser mais que um anel bonitinho ou um anel de formatura, passou a ser também mais que um anel, posto que ela comprou um igual e nós dois passamos a usar na mão esqueda! E durante muitas noites as promessa se repetiram! Mas o tempo passa, destruindo tudo o que é frágil, e voltei a usar o anel solitariamente. Mas ainda na mão esqueda, como os aneis de formatura deviam ser usados!

Mas chegou um tempo em que relembrar o passado foi inevitável, e me dado saber que o dia que meu anel mudou de mão era uma lembrança minha, só minha. Não sei se da boca pra fora ou por maldade, tudo não passara de palavras de dois embriagados.

E o anel se tornou um simbolo meu, apenas meu. Um simbolo do momento em que a ausencia de rancor ou de maldade naquelas palavras ficou clara. Um simbolo de que o amor que vivi não passava de uma ilusão. Um simbolo de quão ridiculo me senti, de que devia evitar estas ilusões ridiculas, me manter em relacionamentos confortáveis em que as pessoas gostassem mais de mim do que eu delas.

Agora o anel está perdido no meu quarto, escondido no meio da bagunça.

Dá próxima vez que o vir o anel preto e  tudo que ele representa vão para o lixo ou para o esquecimento no fundo de uma gaveta que não abro!

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