quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Resolvendo problemas indesejáveis

            Se alguem leu meu último post, deve ter percebido que naquele momento estava completamente irritado, prometi um post sobre a causa principal de minha irritação, mas o bom senso mostrou que o mehor era esquecer tal promessa, que o melhor era esperar e agir com calma. Foi o que fiz: esperei dois dias e acredito que fiz o mehor a ser feito.
            Dividir espaços é uma tarefa difícil, dificíl mesmo! Mas fica insuportável quando vc é obrigado a tratar com pessoas que simplesmente não lhe escutam. Fica pior ainda quando as pessoas decidem que se concordarem com vc estará tudo bem, sem concordar. Se alguem se dá o trabalho de reclamar de algo é por uma simples razão: essa coisa esta a incomodar a ponto da pessoa sair do seu estado de tranquilidade e falar pra outra pessoa:--"Desculpa, isto está incomodando".
            Algumas coisa são realmente sagradas. Entre estas coisas estão o diálogo sincero. Pode até ser que eu reclame demais, mas qualquer pessoa sabe que falo o que estou pensando, muitas vezes desnecessariamente. Não consigo ficar calado. Algumas vezes me chama de sarcastico ou desagradável. Mas a verdade é que sou estúpido demais para ser sarcastico, só estou reclamando alto o tempo todo. Posse dizer que não tenho muitos amigos, mas sei que os meus poucos amigos são extremamente sinceros.
            Entre as coisas que não são sagradas, mas mesmo assim muito importante, está o silencio. Preciso de algumas doses diárias de silencio. Quase todo dia acordo com um leve mal humor, principalmente quando não durmo bem. Sou sonambulo, tenho difiilcudades para dormir: mal humor matinal é quase uma constante na minha vida.
Preciso de quase uma hora para estar apto a viver em sociedade. Até um bom dia é dificil. Nos últimos dez anos minha aulas eram a vinte quilometros da minha casa; o tempo do onibus mais o tempo que eu ficava andando dentro de casa eram mais que suficiente para que eu fosse uma pessoa tolerável.
            Há sete meses saí da casa dos meus pais e fui obrigado a dividir casa com alguns amigos. Escolhi cuidadosamente as pessoas que dividiriam casa comigo. inicialmente, queria uma casa com apenas dois quartos, mas as imobiliarias me obrigaram a pegar uma casa com tres quartos. Até aí tudo bem, afinal é mais gente dentro de casa, mas gente para dividir as contas. Por outro lado aparece um problema é mais dificil cobrar das pessoas qualquer coisa: afinal vc não sabe quem é o responsável pelo problema.
             A pouco mais de um mes, outro amigo falou que viria para a mesma cidade onde moro. Um moradores originais estava para se mudar dentro de um mes: nada mais natural receber o quarto morador enquanto a mudança não ocorria. E assim foi feito. Estavamos em três e passamos a estar em quatro. Quatro pessoa para apenas um banheiro. Inevitávelmente problemas de horário surgiram, mas nada que não fosse contornado com um pouco de paciencia.
            Infelizmente, este não foi o único problema que surgiu: com uma pessoa a mais a casa passou a ficar suja muito mais rápido. Fácil de resolver: o novo morador também poderia participar da rotina de limpeza. Mas ele não quiz. Não quiz limpar, nem pagar uma pessoa para limpar. A casa era fácil demais de limpar, não valia a pena pagar alguem pra fazer uma faxina, mas a casa não era limpa.
            O novo ser na casa possuia um horário de sono um pouco incomum: acordar ao meio dia, mas ficar até as tres da madrugada no telefone. Mas, como ele não possui quarto resolveu usar a frente da casa. No silencio da noite os sons se propagam muito mais facilmente. E assim fui obrigado a ficar acordado até mais tarde, ouvindo as ligações intermináveis. Avisos multiplos foram enviados, mas sempre recebiam um "tudo bem, vc tem razão" seguido de outros telefonemas altos na noite seguinte. Além de atrapalhar meu sono, havia a questão de segurança: qualquer pessoa pode pular o muro da casa, qualquer pessoa notava que havia uma pessoa no exterior da casa rotineiramente. Duas vezes foram vistas pessoas rondando a casa. Nesta cidade, casa de estudante são frequentemente asslatadas: entram, amarram as pessoas e levam os computadores. Rápido e lucrativo. Sem falar nas portas quase sempre abertas.
            Mais de um mes se passou, dia após dia, em que era preciso reclamar e não havia mudança de habitos. Pedi que outros reclamassem, mas também não surtiu efeito algum. O cara passou a se sentir tão em casa que nem mais errado achava seus telefonemas na madrugada. Ele precisava falar, falar e falar. Falar sobre os comentários que havia feito em blogs de amigos, falar com a mãe, falar com a namorada, falar. E eu sendo obrigado a ouvir tais ligações enquanto não consiguia dormir.
            Mas a gota d'água veio este final de semana, já era madrugada da segunda, fui convidade mais uma vez a ouvir suas opiniões, em um telefonema para não sei quem, sobre cinco temas: minha mania de segurança, minha mania de limpeza, sobre o fato de eu ainda ser fumante, sobre minhas plantas e sobre minha arrogancia.
            Minha mania de limpeza e segurança nada mais é do que foi combinado com as pessoas que moram comigo, não posso aceitar que alguem chegue e queira mudar a rotina da casa: retirar as faxinas e deixar as portas abertas. Meus cigarro e minhas plantas são problemas unicamente meus, o cigarro tudo bem incomoda, mas como uma planta pode incomodar alguem? Não aceito ser classificado como um cara do tipo que cuida de florzinha em vasos. Nem sei que tipo de ofensa isso possa representar. Dizer que estou humilde depois que ele passou a participar do aluguel é no mínimo leviano: se não era capaz de aceitar a gentileza de ficar um mes sempagar aluguel que falasse. Setenta e cinco reais a menos no minha parte do aluguel iam mudar meu comprtamento? Parei de reclamar porque já estava cansado de repetir a mesma ladainha, já estava pedindo as pessoas da casa que reclamassem. Porque eu já estava a falar em convidar o hospede a procurar outro lugar
            O tipo de problema que é desejável é aquele que só depende de você para ser resolvido. Qualquer problema que envolva outras pessoas é muito mais desagrável. Depois da descrição de minha personalidade, que ouvi com muita curiosidade pra ser sincero, achei melhor resolver da forma mais eficiente estes problemas.
A forma mais direta, na verdade a única que vejo, foi pedir que o novato procurasse outro lugar para morar. Um mes foi o prazo dado para que ele encontrasse outro lugar: um aviso prévio adequado, independente de viagens e provas. Não sou obrigado a viver com ele, e se ele não está feliz aqui que procure outro lugar. Consegui falar o necessario de forma muito educada. Num dos telefonemas que me tirou o sono ouvi que ele estava a pensar em fazer isso mesmo, passar no máximo mais um mes aqui, agora pelo menos está tudo claro. A certeza da mudança já me dá um pouco mais de tranquilidade de vida, pelo menos por enquanto.

PS: amanha passo o corretor, preciso dormir pois esta postagem foi maior do que esperava e ainda falta reler

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